Começou esta semana no Tribunal de Ponta Delgada, o julgamento de 14 homens, que durante 13 meses coagiram e violaram uma menina de 12 anos. A ser verdade, estes tipos não passam duns selvagens.
Por aquilo que vem retratado na imprensa, tudo teria começado quando um trabalhador da construção civil, de 24 anos, beijou forçadamente a menina na boca.
Depois deste triste episódio, um homem de 43 anos ameaçou a criança que se não tivesse relações sexuais com ele, iria contar ao seu pai que tinha beijado o outro colega. Apesar de ter tentado fugir, não o conseguiu, sendo violada por este indivíduo.
Durante 13 meses, esta criança nunca teve sossego. Segundo a acusação, estes 14 selvagens (não podem ter outro classificativo), com idades entre os 20 e os 80 anos, divertiam-se a violar a menina, a qual sofria dum atraso mental. Nenhuma destas bestas teve qualquer problema de consciência, permitindo-se inclusivamente ir à residência da menor ameaçar a mãe de morte, caso esta os denunciasse. O primeiro violador, de 43 anos, ao sentir-se ameaçado, conseguiu juntar 30 energúmenos que trabalhavam com ele na construção civil, para ameaçarem de morte esta pobre e desgraçada família.
De acordo com um relatório psiquiátrico que está no processo, “a menor apresenta um atraso mental e não possui capacidade para inventar factos”.
Não sei o que irá a Justiça fazer a estes selvagens. Para já, nenhum dos 14 arguidos está em prisão preventiva e só o primeiro violador, de 43 anos, que é acusado de ter praticado vinte abusos sexuais a uma criança de 12 anos, está sujeito a apresentações semanais na esquadra da PSP.
Estas violações terão acontecido entre Julho de 2006 e Outubro de 2007, no concelho de Vila Franca do Campo, Ilha de S. Miguel, nos Açores.
Ao que chegou a nossa sociedade, que já nem conseguimos proteger as nossas crianças.
In Jornal "O DESPERTAR" - 29-01-2010
Faz hoje um ano, que o mundo assistiu horrorizado ao atentado terrorista que decorreu em Beslan, na Ossétia do Norte, na Rússia. Deste ataque à escola, resultou a morte de 331 pessoas, das quais 186 eram crianças. Foram feitos mais de mil reféns. O objectivo do comando era a retirada das tropas russas da Chechênia e o reconhecimento da independência desta república do Cáucaso.
Nesse dia, estava eu em Moscovo e preparava-me para regressar a Portugal, o que receei que pudesse não acontecer. Foi horrível o que assistimos na televisão. A tensão era muita na população russa. Já dias antes, na capital da Rússia, uma jovem fez-se explodir numa estação do Metro.
Aquilo que já é considerado normal no Brasil, começou agora também a ganhar dimensão em Portugal. Refiro-me evidentemente ao famoso arrastão que se passou em Carcavelos. Por aquilo que vi, ouvi e li, tenho muitas dúvidas que se tenham organizado tantos jovens, para cometer um único crime. Mas, independentemente do verdadeiro número, que seguramente foi elevado, a verdade é que o assunto preocupou toda uma população. Apesar da dimensão mundial que o assunto tomou, pior seria ignorar o problema.
Duma forma determinada, a extrema-direita veio para a rua manifestar o seu nacionalismo e, diga-se em abono da verdade, até colhe adeptos em bolsas mais revoltadas da nossa sociedade, as quais atravessam várias gerações. Nas palavras de um dos promotores da manifestação contra a violência, ficou a pergunta: Sou racista por ter orgulho em ser português?. São frases como estas que galvanizam aqueles que estão à espera que alguém dê o primeiro grito de revolta, para se poderem associar. O descontentamento é grande, pelo que estão criadas as condições necessárias para a demagogia florescer. Ignorar estas movimentações, pode ser perigoso. A História está cheia destes exemplos.
Se não forem tomadas medidas que tranquilizem a população, esta, naturalmente, revolta-se. Se as polícias não forem vistas com força para protegerem os cidadãos, estes organizam-se duma forma perigosa, de que as milícias populares são o pior exemplo, mas surgem para resolver uma situação de desespero.
Ainda recentemente, no Carvalhal Grândola, um jovem de 19 anos foi brutalmente espancado por cerca de duas dezenas de indivíduos. Esse jovem encontra-se agora em estado de coma, encontrando-se internado no Hospital Garcia de Orta e, tanto quanto a GNR conseguiu apurar e divulgar, tudo foi originado pelo jovem ter furtado utensílios de pesca.
Diga-se o que se disser, a verdade é que temos um problema de violência juvenil instalada, que é preciso pôr cobro. Não defendo um Estado securitário, mas a verdade é que as nossas polícias devem ser motivadas a fazer o seu trabalho, o que não parece estar a acontecer.
in "AURINEGRA" - 30-06-2005 - www.aurinegra.com
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