Como disse na crónica anterior, estive nas últimas semanas na Rússia. Desta vez, vou falar sobre Moscovo e a sua magnitude. Continua a ser uma das cidades onde se decide o futuro do mundo.
Estive na capital russa em 2004. Agora, o que mais me chamou à atenção, foi o aumento significativo do trânsito, composto maioritariamente por carros novos e topo de gama. São impressionantes as fortunas rodadas que circulam às portas do Kremlin, outrora símbolo do poder do povo soviético.
A Rússia continua a ter importância mundial e Moscovo é a imagem desse poder. Durante séculos, esta cidade era palco das tradições culturais russas cuidadosamente conservadas. Dentro do espaço do Kremlin, revisitei a “antiga Catedral da Dormição, principal templo do país, onde foram coroados todos os monarcas russos. Pedro, o Grande e Catarina II faziam questão de celebrar as suas vitórias militares só em Moscovo. Foi também em Moscovo que, sacrificando-se no altar da guerra, predeterminou em 1812 a derrota das tropas napoleónicas”.
Ao contrário de outros tempos, bem situada na Praça Vermelha e em frente ao túmulo de Lenine e das paredes do Kremlin, aquela que já foi a casa do povo soviético, é hoje um rico e sofisticado centro comercial rendido ao capitalismo russo. Um símbolo do consumismo onde estão quase todas as marcas mundiais representadas. Sinais dos tempos. Saudosos do antigamente, visitam diariamente o túmulo de Lenine a quem dão vivas ao seu corpo embalsamado, pelo seu papel na construção da sociedade soviétiva. As suas provectas idades, não deixam antever qualquer perigo para os actuais dirigentes, para quem não há qualquer hipótese de retorno ao antigo regime. O capitalismo instalou-se definitivamente em Moscovo, para satisfação duma parte dos moscovitas, que é hoje a segunda cidade mais cara do mundo e onde existem mais multimilionários por metro quadrado.
O que me impressionou pela positiva, foi ter visto bem em frente a uma das fachadas do Kremlin, um enorme e único painel a publicitar Portugal, através do “Turismo de Portugal”.
Em Moscovo são muitos os locais a visitarem. Mas se um dia estiverem na capital russa, não deixem de ver o Metro. Uma autêntica galeria de arte em que em cada uma das suas estações é possível apreciar pintura, mosaicos, vitrais ou murais. As estações de Metro são por isso conhecidas como “Palácios subterrâneos”.
In Jornal “O DESPERTAR” – 11-09-2009
Durante as duas últimas semanas, tive oportunidade de revisitar a Rússia, mais concretamente as cidades de São Petersburgo e Moscovo.
A primeira foi a capital do Império Russo e é hoje uma cidade histórica. São muitos os palácios e museus que podemos visitar. A escolha não é fácil. Porém, é obrigatório visitar o Palácio/Museu do Hermitage e toda a sua praça. É difícil destacar o que há de melhor para ver, mas para quem gosta de pintura, por exemplo, tem oportunidade de contemplar as obras mais significativas de Pierre Auguste Renoir, Claude Monet, Edgar Degas, Vicent Van Gogh ou Pablo Picasso, isto só para referir os mais conhecidos.
Como disse, as propostas de visita em São Petersburgo são muitas. Mas permito-me destacar outro magnífico edifício a visitar: o Templo da Ressurreição de Cristo (Salvador Sobre Sangue). Foi erigido em memória do “czar libertador” em “memória da Ressurreição de Cristo no lugar do ferimento mortal do Imperador Alexandre II”, que morreu naquele mesmo local a 1 de Março de 1881, resultado da explosão duma bomba lançada pelo terrorista Ignati Grinevitski. É um monumento magnífico de rara beleza, da arquitectura ortodoxa russa.
São precisos vários dias para visitar esta magnífica cidade russa. Mas quando o fizer, não deixe de andar mais um pouco para visitar o magnífico Palácio de Peterhof, que era a residência imperial preferida de Pedro, o Grande. Duma riqueza estonteante dentro do palácio, rodeada por jardins lindíssimos, pode-se avistar o Mar Báltico, que é ligado ao próprio palácio através de um espectacular canal.
Termino dizendo: vale a pena visitar a cidade de São Petersburgo. Sobre Moscovo, falarei numa próxima crónica.
In Jornal “O DESPERTAR” – 04-09-2009
Num destes fins-de-semana, fiz um programa que conheço bem. Participei nos já famosos “Cruzeiros do Douro”, num dos muitos barcos que fazem esse programa. É simplesmente espectacular poder usufruir dum tranquilo passeio de barco durante algumas horas, contemplando as deslumbrantes margens do Douro. A juntar a tudo isto, também fica na memória de todos, o excelente almoço serviço a bordo. Uma das curiosidades desta descida do Douro, é a passagem pelas barragens de Carrapatelo e Crestuma/Lever, com desníveis de 35 e 14 metros, respectivamente.
É sempre interessante mergulhar na história. Nesta viagem, era possível reviver o que era andar no comboio histórico, que é movido a carvão. Faz o percurso Régua/Pinhão/Tua/Pinhão/Régua. É um percurso extraordinariamente belo, acompanhado por cantares da região, adocicado com bolos típicos e vinho do porto. Já tinha feito este passeio e recomendava. Desta vez, o efeito foi completamente diferente. As pessoas foram ficando sujas de tanto carvão misturado no fumo, o que tornou a viagem mais desagradável que o esperado. Depois foram várias as avarias que obrigaram a longas e desagradáveis paragens, sem que houvesse qualquer explicação aos passageiros. A culminar esta má experiência, a passagem por um dos túneis encheu as carruagens cheias de fumo, deixando alguns passageiros maldispostos e outros até a roçar o pânico. Para algumas pessoas aquilo foi mesmo aflitivo.
Depois de tudo isto, não penso voltar a fazer a experiência no comboio histórico e, acho até que seria conveniente que, mantendo toda a traça original, se pudesse pensar em substituir o carvão pelo sistema eléctrico. Hoje em dia tudo é possível, inclusive a emissão de fumos que não sejam nocivos à saúde.
In Jornal “O DESPERTAR” – 10-07-2009
O que andava para fazer há muitos anos, aconteceu nestas férias visitar Cuba, ainda sob a orientação do El ComandanteFidel Castro.
Sempre achei que esta viagem iria ser emocionante, só não sabia é que iria ser tanto. Tinha uma motivação extra. Pela primeira vez, a minha única filha iria fazer comigo o seu baptismo de voo, numa viagem bastante longa.
Chegado a Havana, deparei com uma cidade quente, abafada, quase sufocante. Como era de noite e a luz é diminuta, não é agradável e motivador fazer uma visita nocturna. Após tantas horas de viagem, o que apetecia era mesmo descansar.
O amanhecer foi completamente diferente. Íamos conhecer as váriasHavanas, de que a colonial era a que criava mais expectativas. Para se conhecer uma cidade, tem que se visitá-la a pé. Foi o que fizemos. Depois de trocarmos os euros por pesos convertidos (não temos acesso aos pesos locais), lá fomos. Foi um passeio cansativo, suado, mas interessante. Tudo é esmagadoramente impressionante. Mas o que mais me chamou à atenção foram os automóveis. É quase inacreditável como os cubanos conseguem por os seus carros a andar. É uma autêntica viagem no tempo. Apesar das evidentes carências daquele povo, nunca me senti tão seguro em nenhum outro país. A segurança é total.
Depois duma exaustiva e detalhada visita a Havana, iria finalmente passar uns dias de descanso total nas paradisíacas praias de Varadero. Como o regime era de tudo incluído, não havia nada que me preocupasse. O que eu não sabia é que havia no programa um brinde, a que se deu o nome de Furacão Dennis. Sei que as minhas viagens costumam ser emocionantes, mas também não era preciso tanto. Mas enfim, estava com a minha filha para passar umas boas férias e não era um furacão que as ia estragar.
Durante quase três dias, estive fechado num hotel onde tudo faltou: água, luz, comida, etc. Apesar de tudo, não houve qualquer medo da minha parte, ou das pessoas que me acompanhavam. As famílias que acompanhavam as notícias em Portugal, estavam mais preocupadas que nós próprios, que passámos o tempo a jogar à carocha (dados) e a acompanhar as notícias na única televisão ligada que havia no átrio do hotel.
Nesse retiro forçado, pude assistir ao verdadeiro carisma de Fidel Castro. Durante esses três dias, esteve quase sempre em directo num estúdio de televisão, transformado num autêntico gabinete de crise. Todos, nacionais e estrangeiros, podíamos ver o que fazia o Comandante (como é tratado por todos os cubanos) para ajudar o seu povo. A situação não era fácil, dado que o furacão tinha uma força de 230 km/hora, chegando a ter rajadas superiores a 300 kms/hora. Apesar da destruição, era impressionante ver os mais afectados a dar vivas ao El Comandante Fidel Castro.
Esta viagem foi um autêntico regresso ao passado, onde nem os telemóveis da 3ª Geração (3G) ainda funcionam.
in "O DESPERTAR" - 23-09-2005
in "AURINEGRA" - 27-09-2005
Como disse no artigo anterior, tive oportunidade de no passado dia 25 de Abril, concretizar um sonho visitar o Campo de Concentração de Auschwitz, na Polónia. Parece um contra-senso, isto dum sonho ser visitar um local de grande pesadelo.
O dia estava mau, como se vê na fotografia, como mau era todo aquele local. É difícil de acreditar, que aquele espaço tenha sido criado para matar milhões de pessoas. Recorreu-se à industrialização dos sistemas de morte, para se poder exterminar o maior número de pessoas por dia. Para preservar a memória e alertar as actuais gerações, o Campo está transformado num grande museu do horror. Mesmo hoje, passados tantos anos, é dolorosamente impressionante, estar dentro das câmaras de gás onde milhões de inocentes morreram à ordens de uns loucos, comandados por um louco ainda maior Adolfo Hitler.
Durante muitos anos, li e estudei este tema e confesso que nada encontrei com tanta nitidez, como esta visita in loco a este impressionante local. O meu grupo tinha cerca de 30 pessoas e, no final da visita, foi notório o choque expresso na cara de todos eles, após terem estado num sítio tão tragicamente conhecido e que faz parte de todos os manuais de História.
Como disse, a nossa visita foi efectuada no passado dia 25 de Abril, também para nós uma data que acabou com muito sofrimento. Também nós tivemos Peniche e o Tarrafal (em Cabo Verde), que anteriormente já tinha visitado, mas nada se poderá comparar com aquele campo de extermínio.
Em maior ou menor escala, todos nós estamos sujeitos a cruzar com potenciais ditadores. O problema, é que se não tivermos disso consciência e nada fizermos por inércia ou cobardia, arriscamo-nos a fortalecer essas mentes doentias. Quando um louco chega ao poder, tudo é possível. Hitler conseguiu-o e pela sua loucura irá ser recordado para todo o sempre, infelizmente. Foi a cobardia dos que lhe estavam próximos, que o levou a ser aquilo que foi e porque hoje é recordado.
É impressionante como passados 60 anos sobre o fim da II Guerra Mundial, os polacos ainda tenham uma memória tão viva e tão sofrida dessa época e muito façam para que as novas gerações não o esqueçam. A História é uma arma perigosa.
In "AURINEGRA" - 10-05-2005
www.aurinegra.com
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