O caso Joana Amaral Dias já fez correr tinta a mais. Foi ou não convidada para fazer parte da lista de deputados pelo PS de Coimbra?
Fazer listas do que quer que seja não é fácil. A dos deputados socialistas de Coimbra também não foi e é um exemplo a não seguir.
Desconheço quem incumbiu Paulo Campos de contactar Joana Amaral Dias para o efeito. Se quis fazer um bom serviço, conseguiu-o, mas a favor do Bloco de Esquerda.
Segundo a ex-deputada bloquista, a ideia do PS seria “tentar fazer uma renovação das suas listas e a tentar captar algumas figuras à esquerda”. O Partido Socialista tem, felizmente, muitas figuras de esquerda para captar esse seu eleitorado. No entanto, em vez de procurar entre os seus, procura fora com os resultados conhecidos.
Houve muita coisa que não correu bem e é bom que registemos o que disse Manuel Alegre: “Houve retaliação política” na feitura das listas de deputados. “Todos os que me apoiaram ficaram de fora. Politicamente não estou representado nas listas. O PS vai gravemente mutilado às eleições.
Em termos político-partidário, estou mais preocupado em saber se as observações de Manuel Alegre assentam numa lógica de maioria partidária, onde as oposições internas são arredadas, do que saber se Paulo Campos “convidou” ou não Joana Amaral Dias, dado desconhecer a que título o poderia fazer. Mais uma vez, o PS deu um tiro no pé. José Sócrates foi envolvido nesta polémica e, sinceramente, não acredito na sua participação neste episódio.
As listas estão feitas e, como socialista, farei o que estiver ao meu alcance para ajudar o meu partido a vencer as próximas eleições legislativas (e autárquicas), apesar de não ter havido de quem de direito, um real esforço de união partidária das várias sensibilidades do PS no distrito de Coimbra.
O que está feito, feito está. Só espero que a partir de agora os escritores do reino socialista, empreguem os seus talentos a explicar aos eleitores as vantagens de Portugal continuar a ter um governo de maioria socialista e se deixem de andar aos “tiros” dentro de casa e que tragam para o exterior as razões para essas desavenças. Agora, o tempo é outro.
Nesta estória, o que mais me desgosta é os partidos convidarem os militantes de outros partidos para fazerem parte das suas listas, sejam para deputados sejam para as autarquias. Pior do isso, só mesmo esses militantes que aceitam esses convites.
In Jornal “O DESPERTAR” – 07-08-2009
Em entrevista ao “Campeão das Províncias” desta semana, a futura ex-deputada do Partido Socialista Matilde Sousa Franco fez uma afirmação que, se eu fosse deputado por Coimbra, ficaria preocupado em me voltar a candidatar à Assembleia da República, com o argumento que iria defender os interesses de Coimbra no Parlamento:
Embora existam várias questões para resolver em Coimbra, parece que a cidade só tem um único problema: a co-incineração. A situação é de tal maneira importante, que nas últimas eleições legislativas, o candidato do CDS/PP, Nobre Guedes, fez deste assunto a sua principal e quase única bandeira. Este mesmo tema, já levou também ao auto-afastamento de Fausto Correia da candidatura à Câmara de Coimbra, por razões que o próprio explicou, duma forma bastante clara.
Toda esta situação, veio facilitar a recandidatura de Carlos Encarnação. Arrisca-se a ganhar, mais por eventual demérito dos adversários, do que pelos seus próprios méritos. Acontece muitas vezes. Como já escrevi, também José Sócrates beneficiou, e muito, dos deméritos dos seus principais adversários.
Por todas estas razões, Victor Baptista poderia optar pela solução mais fácil: regressava ao Governo Civil e apostava na sua recandidatura à frente da Federação de Coimbra do PS. Para surpresa de muitos, disponibilizou-se a avançar para a Câmara Municipal de Coimbra, o que é uma atitude arrojada. Não é tarefa fácil. Uma visão estritamente pessoal, aconselhava-o a tomar outra decisão. Victor Baptista tem pela frente uma difícil batalha, pelo que a sua atitude merece da parte dos socialistas de Coimbra, todo o empenhamento e disponibilidade.
E agora Victor? Como presidente da Federação de Coimbra do PS/Coimbra, está bem por dentro dos problemas que afectam os conimbricenses, e tem, duma forma regular, apresentado na imprensa as várias propostas de solução. O seu maior problema não é saber fazer, mas com quem fazer. Enquanto Carlos Encarnação tem o partido à sua volta, Victor Baptista tem de unir o que a co-incineração separou. O eleitorado tem de ter sinais que o PS/Coimbra está unido e que é uma alternativa a este executivo camarário. Um sinal de união, é juntar na mesma equipa pessoas como Rodrigues Costa, Luís Vilar, João Silva e Mário Ruivo, só para citar alguns. Seria aconselhável, que apresentasse duma única vez, a proposta do seu executivo camarário. E porque não apresentar de seguida os cabeças de lista às freguesias? É nas freguesias que começa a vitória na Câmara.
Por aquilo que tem vindo a público recentemente, parece que o PSD/Coimbra irá fazer da co-incineração uma das suas bandeiras. Ao PS/Coimbra, caberá mostrar ao eleitorado que em Coimbra há mais vida para além desse grave problema. É uma causa importante, mas não é a única, infelizmente.
In "CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS" - 07-04-2005
www.campeaoprovinvias.com
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