A época balnear só termina no final do mês. Apesar disso e dado que as previsões meteorológicas parecem que já não convidam muito para as idas até à praia.
Segundo dados oficiais fornecidos pela Marinha Portuguesa, entidade da qual depende o Instituto de Socorros a Náufragos, este ano balnear as praias portuguesas já receberam cerca de 55 milhões de visitas. Durante este mesmo período, já morreram 20 pessoas, 16 das quais em praias não vigiadas. As causas são as mais variadas. Acima de todas elas, seguramente, está o desrespeito pelas normas instituídas. Apesar de todas as campanhas que decorem antes e durante a época balnear, as pessoas, sobretudo as mais jovens, parecem obrigadas a desafiarem o perigo.
Perante estes dados, o cidadão comum é levado a pensar que o problema está na falta de meios. Perante essa hipótese, Gouveia e Melo, relações públicas da Marinha Portuguesa, foi bastante preciso em declarações ao DN e que passo a citar: A maioria das pessoas morre à beira-mar, junto À rebentação, aflitas com a corrente e em pânico. Isso dá-se em dois ou três minutos. Por isso o salvamento é feito da terra para o mar. Os barcos de socorro não se adaptam a estas situações.
Depois dos acidentes, todos lamentamos. Mas, verdade seja dita, quando estamos na praia e apanhamos um dia com a bandeira vermelha (Proibido entrar na água), parece até que tiramos algum divertimento visual quando alguns heróis da praia resolvem desafiar as normas e a sorte e utilizam um comportamento negligente. Também existem outros tipos de causas que provocam as mortes na praia: doenças súbitas, paragens cardíacas, congestões, desidratações, hipoglicemias, choques térmicos, etc. Apesar de tudo, o número de mortes tem vindo a baixar, o que é sempre uma boa notícia: em 2003 morreram 30 pessoas (12 em praias vigiadas) e em 2004, morreram 25 pessoas (7 em praias vigiadas). Olhando só para a frieza dos números, parece que estamos no bom caminho.
in "AURINEGRA" - 13-09-2005
in "O DESPERTAR" - 16-09-2005
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