In: Jornal "O Despertar" - 15-04-2011
Por princípio, tento ver o lado positivo das coisas e da vida, mas com uma dose significativa de realismo. Não sou, por isso, um adepto do lado negro da vida, do pessimismo assumido como uma forma de vida.
Durante as últimas semanas, o país futebolístico, e não só, viveu adormecido na hipótese de Portugal vir a ser consagrado campeão do mundo na África do Sul.
Como de Espanha, diz o ditado, “nem bons ventos nem bons casamentos”, a tradição cumpriu-se e foram os nossos vizinhos a estragar-nos o sonho. A culpa não é dos espanhóis, mas sim das expectativas que criamos, assentes numa realidade virtual que só existe nas nossas cabeças.
Até parece que estou a falar do país, mas ainda só estou a escrever sobre a nossa participação no mundial de futebol. Ganhámos um jogo que vai ficar na história e, sobre os outros, o tempo vai encarregar-se de nos fazer esquecer. Para nosso alívio, sempre podemos crucificar o seleccionador, salvo seja. Sempre foi assim e agora não vai ser diferente. Viemos mais cedo para casa porque havia equipas melhores e ponto final.
O problema maior agora é o tão famoso dia seguinte. Depois da anestesia que o futebol aplicou com sucesso ao país, o efeito passou e os portugueses vão acordando para a dura realidade – a situação em que os portugueses se encontram. Aos poucos ou em ondas de choque, vamos novamente tomar conhecimento que a vida da maioria dos portugueses não está boa e não se prevê que as coisas melhorem.
Até um optimista militante como eu é afectado por esta onda pessimista. Depois, quando se olha para as últimas sondagens publicadas e as mesmas dizem que a alternativa é Pedro Passos Coelho, então é porque estamos mesmo no fundo.
O problema agora é que só vamos ter outro mundial daqui a quatro anos, o que quer dizer que vamos ter mais três anos de sofrimento. Sim, porque um ano antes de a competição começar, o campeonato já é nosso, como sempre tem acontecido.
In: Jornal “O DESPERTAR” – 02-07-2010
Duma forma generalizada, todos os sectores se queixam da crise. As razões são várias. Um dos sectores que mais tem sofrido é o turismo. Para agravar a situação, agora até um vulcão islandês, com um nome esquisitíssimo – Eyjafjöll, resolveu dar uma “ajuda” tão importante a este sector. Para baixo todos os santos (e não só) ajudam.
Segundo o secretário de Estado do Turismo, o encerramento do espaço aéreo português, efectuado só durante o mês de Abril, já provocou um prejuízo de 35 a 40 milhões de euros ao turismo nacional.
Os valores avançados pelo governante, assentam nos dados a que teve acesso, vindos das várias regiões turísticas do país, cuja incidência é directa no cancelamento de voos e de dormidas nos hotéis. Tudo junto, nas palavras de Bernardo Trindade, “chegamos a um valor entre os 35 e os 40 milhões de euros”. Em Espanha, os prejuízos no turismo rondam os 240 milhões de euros e em Itália os valores ascendem aos 300 milhões. É muito prejuízo causado por um vulcão, que continua a afectar muitos países.
Tal como outros sectores que recebem apoios devido a catástrofes naturais, seguramente que também as regiões turísticas nacionais irão ter uma atenção especial por parte da Comunidade Europeia.
Acredita-se que o pior já tenha passado, mas a verdade é que os especialistas dizem que a situação se pode manter até ao Verão, o que é um mau prenúncio para quem usa ou depende do trabalho dos aviões. Recorde-se que o vulcão Eyjafjöll, teve a sua primeira erupção a 21 de Março, no Sul da Islândia e continua muito activo. "O volume de magma que sai do vulcão é de 60 toneladas por segundo, em comparação com 570 toneladas no início da erupção", acrescentaram os especialistas.
Neste momento, quando algum país europeu mostra algum alívio, é porque os ventos estão a empurrar as cinzas vulcânicas para outro país, dado que a actividade do vulcão não abranda e os próprios especialistas não têm certezas quando será o seu descanso, para bem de todos nós. Os prejuízos são muitos e só a TAP já contabilizou uma perda de 12 milhões de euros.
Infelizmente, ainda não há técnicas que dominem as forças da Natureza. É nestas alturas que percebemos o nosso verdadeiro poder, quando somos reduzidos à nossa condição humana.
In: Jornal “O DESPERTAR” – 21-05-2010
Comemorar um aniversário é sempre um motivo de satisfação. Fazer 92 anos, é então um feito notável. No caso dum jornal é quase uma raridade. Mas é exactamente isso que “O DESPERTAR” faz, caminhando a passos largos para o seu centenário. Já só faltam oito anos e parece que ainda foi ontem que fazia parte da comissão executiva das comemorações das “bodas de diamante” deste jornal, coordenada pelo saudoso Fausto Correia.
A vida dos jornais nunca foi fácil, mas agora com as novas concorrências, onde se destaca a Internet, então ainda se tornou mais difícil. Se juntarmos a isto, o fecho contínuo de empresas, as quais garantiam alguma publicidade aos próprios jornais, é de facto heróico manter um jornal aberto nos dias de hoje. Nota-se o esforço do Despertar, que agora é quinzenal, mas que já foi bissemanal.
Em Coimbra foram já algumas publicações que encerraram definitivamente ou que foram suspensas por tempo indeterminado. De memória, lembro-me do “Região de Coimbra”, “Jornal de Coimbra”, “Semanário Desportivo” e mais recentemente, o “Centro”.
A nível nacional a situação não é melhor. O ano de 2009 foi terrível para a imprensa escrita. Segundo o último relatório da Associação Portuguesa para o Controlo da Tiragem e da Circulação (APCTC), houve uma quebra generalizada da circulação paga da maioria dos jornais diários de informação geral. As quebras das vendas em 2009, comparativamente a 2008, foram as seguintes: Jornal de Notícias – 12%; Correio da Manhã – 0% (nula); Diário de Notícias – 18%, Público – 12%; Expresso – 7% e Sol – 5%.
Em sentido inverso estão as revistas, as quais tiveram um aumento nas vendas: a Sábado teve um crescimento de 5% e a Visão 1%. O que também tem aumentado são as assinaturas online. Que o diga o Expresso, que teve um aumento nas suas assinaturas digitais de 629%.
Termino, desejando longa vida ao DESPERTAR e espero vir a colaborar no centenário do jornal mais antigo de Coimbra. Os meus parabéns a todos quantos tornam possível a vida do DESPERTAR.
In: Jornal “O DESPERTAR” – 26-03-2010
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