Às vezes nem quero acreditar naquilo que leio. Através do Correio da Manhã de 4/Junho último, fico a saber que a família da amiga duma aluna, composta por mãe, pai e dois tios, decidiu aplicar um correctivo a uma rapariga de 13 anos, por causa de um desentendimento na sala de aulas, onde a aluna agora agredida, teria atirado uma bola à cara duma colega.
O que é curioso é que esta família justiceira não tem quaisquer laços familiares, com as crianças em causa.
Esta notícia não passa nas televisões e é pena. Este caso ter-se-á passado à porta da Escola EB 2,3 do Viso, no Porto. O país insurge-se quando vê uma mãe russa, a bater no rabo da sua filha. Mas o que faz esse mesmo país, perante uma agressão a uma jovem de 13 anos, a soco e a pontapé, por quatro adultos, de que resultaram lesões ligeiras nas costas, na cabeça e num braço?
Sabemos que a Justiça é morosa e quanto isso revolta as próprias vítimas. Mas é completamente impensável que se apoie e promova uma sociedade justiceira, onde predomina a justiça pelas próprias mãos. Não sei qual vai ser o desfecho desta triste história. Mas espero sinceramente que os autores desta violência, gratuita e inqualificável, sejam exemplarmente castigados. Julgo até, que alguns dos focos de violência que temos assistido no nosso país, são alimentados pela falta duma punição exemplar. Se houvesse castigos correspondentes aos crimes cometidos, os seus autores talvez pensassem um pouco mais antes de os cometerem.
In Jornal “O DESPERTAR” – 19-06-2009
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