O que andava para fazer há muitos anos, aconteceu nestas férias visitar Cuba, ainda sob a orientação do El ComandanteFidel Castro.
Sempre achei que esta viagem iria ser emocionante, só não sabia é que iria ser tanto. Tinha uma motivação extra. Pela primeira vez, a minha única filha iria fazer comigo o seu baptismo de voo, numa viagem bastante longa.
Chegado a Havana, deparei com uma cidade quente, abafada, quase sufocante. Como era de noite e a luz é diminuta, não é agradável e motivador fazer uma visita nocturna. Após tantas horas de viagem, o que apetecia era mesmo descansar.
O amanhecer foi completamente diferente. Íamos conhecer as váriasHavanas, de que a colonial era a que criava mais expectativas. Para se conhecer uma cidade, tem que se visitá-la a pé. Foi o que fizemos. Depois de trocarmos os euros por pesos convertidos (não temos acesso aos pesos locais), lá fomos. Foi um passeio cansativo, suado, mas interessante. Tudo é esmagadoramente impressionante. Mas o que mais me chamou à atenção foram os automóveis. É quase inacreditável como os cubanos conseguem por os seus carros a andar. É uma autêntica viagem no tempo. Apesar das evidentes carências daquele povo, nunca me senti tão seguro em nenhum outro país. A segurança é total.
Depois duma exaustiva e detalhada visita a Havana, iria finalmente passar uns dias de descanso total nas paradisíacas praias de Varadero. Como o regime era de tudo incluído, não havia nada que me preocupasse. O que eu não sabia é que havia no programa um brinde, a que se deu o nome de Furacão Dennis. Sei que as minhas viagens costumam ser emocionantes, mas também não era preciso tanto. Mas enfim, estava com a minha filha para passar umas boas férias e não era um furacão que as ia estragar.
Durante quase três dias, estive fechado num hotel onde tudo faltou: água, luz, comida, etc. Apesar de tudo, não houve qualquer medo da minha parte, ou das pessoas que me acompanhavam. As famílias que acompanhavam as notícias em Portugal, estavam mais preocupadas que nós próprios, que passámos o tempo a jogar à carocha (dados) e a acompanhar as notícias na única televisão ligada que havia no átrio do hotel.
Nesse retiro forçado, pude assistir ao verdadeiro carisma de Fidel Castro. Durante esses três dias, esteve quase sempre em directo num estúdio de televisão, transformado num autêntico gabinete de crise. Todos, nacionais e estrangeiros, podíamos ver o que fazia o Comandante (como é tratado por todos os cubanos) para ajudar o seu povo. A situação não era fácil, dado que o furacão tinha uma força de 230 km/hora, chegando a ter rajadas superiores a 300 kms/hora. Apesar da destruição, era impressionante ver os mais afectados a dar vivas ao El Comandante Fidel Castro.
Esta viagem foi um autêntico regresso ao passado, onde nem os telemóveis da 3ª Geração (3G) ainda funcionam.
in "O DESPERTAR" - 23-09-2005
in "AURINEGRA" - 27-09-2005
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