Como disse no artigo anterior, tive oportunidade de no passado dia 25 de Abril, concretizar um sonho visitar o Campo de Concentração de Auschwitz, na Polónia. Parece um contra-senso, isto dum sonho ser visitar um local de grande pesadelo.
O dia estava mau, como se vê na fotografia, como mau era todo aquele local. É difícil de acreditar, que aquele espaço tenha sido criado para matar milhões de pessoas. Recorreu-se à industrialização dos sistemas de morte, para se poder exterminar o maior número de pessoas por dia. Para preservar a memória e alertar as actuais gerações, o Campo está transformado num grande museu do horror. Mesmo hoje, passados tantos anos, é dolorosamente impressionante, estar dentro das câmaras de gás onde milhões de inocentes morreram à ordens de uns loucos, comandados por um louco ainda maior Adolfo Hitler.
Durante muitos anos, li e estudei este tema e confesso que nada encontrei com tanta nitidez, como esta visita in loco a este impressionante local. O meu grupo tinha cerca de 30 pessoas e, no final da visita, foi notório o choque expresso na cara de todos eles, após terem estado num sítio tão tragicamente conhecido e que faz parte de todos os manuais de História.
Como disse, a nossa visita foi efectuada no passado dia 25 de Abril, também para nós uma data que acabou com muito sofrimento. Também nós tivemos Peniche e o Tarrafal (em Cabo Verde), que anteriormente já tinha visitado, mas nada se poderá comparar com aquele campo de extermínio.
Em maior ou menor escala, todos nós estamos sujeitos a cruzar com potenciais ditadores. O problema, é que se não tivermos disso consciência e nada fizermos por inércia ou cobardia, arriscamo-nos a fortalecer essas mentes doentias. Quando um louco chega ao poder, tudo é possível. Hitler conseguiu-o e pela sua loucura irá ser recordado para todo o sempre, infelizmente. Foi a cobardia dos que lhe estavam próximos, que o levou a ser aquilo que foi e porque hoje é recordado.
É impressionante como passados 60 anos sobre o fim da II Guerra Mundial, os polacos ainda tenham uma memória tão viva e tão sofrida dessa época e muito façam para que as novas gerações não o esqueçam. A História é uma arma perigosa.
In "AURINEGRA" - 10-05-2005
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