Comemorar um aniversário é sempre um motivo de satisfação. Fazer 92 anos, é então um feito notável. No caso dum jornal é quase uma raridade. Mas é exactamente isso que “O DESPERTAR” faz, caminhando a passos largos para o seu centenário. Já só faltam oito anos e parece que ainda foi ontem que fazia parte da comissão executiva das comemorações das “bodas de diamante” deste jornal, coordenada pelo saudoso Fausto Correia.
A vida dos jornais nunca foi fácil, mas agora com as novas concorrências, onde se destaca a Internet, então ainda se tornou mais difícil. Se juntarmos a isto, o fecho contínuo de empresas, as quais garantiam alguma publicidade aos próprios jornais, é de facto heróico manter um jornal aberto nos dias de hoje. Nota-se o esforço do Despertar, que agora é quinzenal, mas que já foi bissemanal.
Em Coimbra foram já algumas publicações que encerraram definitivamente ou que foram suspensas por tempo indeterminado. De memória, lembro-me do “Região de Coimbra”, “Jornal de Coimbra”, “Semanário Desportivo” e mais recentemente, o “Centro”.
A nível nacional a situação não é melhor. O ano de 2009 foi terrível para a imprensa escrita. Segundo o último relatório da Associação Portuguesa para o Controlo da Tiragem e da Circulação (APCTC), houve uma quebra generalizada da circulação paga da maioria dos jornais diários de informação geral. As quebras das vendas em 2009, comparativamente a 2008, foram as seguintes: Jornal de Notícias – 12%; Correio da Manhã – 0% (nula); Diário de Notícias – 18%, Público – 12%; Expresso – 7% e Sol – 5%.
Em sentido inverso estão as revistas, as quais tiveram um aumento nas vendas: a Sábado teve um crescimento de 5% e a Visão 1%. O que também tem aumentado são as assinaturas online. Que o diga o Expresso, que teve um aumento nas suas assinaturas digitais de 629%.
Termino, desejando longa vida ao DESPERTAR e espero vir a colaborar no centenário do jornal mais antigo de Coimbra. Os meus parabéns a todos quantos tornam possível a vida do DESPERTAR.
In: Jornal “O DESPERTAR” – 26-03-2010
Faz hoje 19 anos (19-10-1986) que Ramalho Eanes assumiu a presidência do PRD -Partido Renovador Democrático, após ter saído da presidência da República, onde esteve durante dois mandatos -10 anos (1976-1986).
Os princípios que estiveram na origem da criação do PRD, estão tão actuais hoje como estavam na altura da fundação daquela força política. O problema foram alguns dos seus protagonistas que descredibilizaram o projecto, perante a opinião pública. Hoje, continuo a achar que se justificava a manutenção do PRD no actual espectro político. Nunca concordei que Ramalho Eanes tivesse abandonado um projecto que ele próprio idealizou.
José Soares (*)
(*) ex- Presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra, Deputado Municipal e Conselheiro Nacional.
Faz hoje precisamente 20 anos, que se realizou a I Convenção Nacional do Partido Renovador Democrático -PRD, na qual foi eleito como primeiro presidente, o Engº Hermínio Martinho.
O seu aparecimento veio trazer uma esperança aos portugueses, dada a desconfiança que havia na altura sobre a classe política, em contraponto com a credibilidade e honestidade que transmitia o Gen Ramalho Eanes, na altura Presidente da República.
Como muitos, também eu me empenhei com todas as minhas forças neste projecto, depois de muitos anos de independente, chegando a ser nesse Partido, deputado municipal, dirigente concelhio, presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra e conselheiro nacional. Foi um projecto que nasceu para ser diferente. Com o tempo, com os erros cometidos, as pressões e, principalmente, com a saída do seu promotor e presidente, Gen. Ramalho Eanes, acabou o Partido, o projecto e a esperança que ele trouxe. A esta distância, 20 anos depois, se calhar foi pena e hoje até poderia ter cabimento um projecto político daquele género. Foi uma alternativa política, numa altura, tal como hoje, em que só havia alternância política.
O nascimento do PRD, foi um acontecimento digno e trazia associado a si uma grande esperança. A forma como desapareceu, foi simplesmente desolador. Pela forma como nasceu, o PRD podia ter morrido, mas duma forma digna (o que infelizmente não aconteceu), como digno foi o seu fundador, a maioria dos seus dirigentes, militantes e simpatizantes.
Oficialmente, o PRD nasceu a 19/Julho/1985.
Por curiosidade, também foi neste dia (16 de Junho), mas em 1991, nasceu o PSN Partido da Solidariedade Nacional (partido dos reformados), o qual também não teve grande futuro. Seguramente que o dia 16 de Junho não é bom para se formarem novos partidos em Portugal.
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