O assunto nem é novo, mas infelizmente continua actual. Apesar de tudo, é um assunto que ainda não faz parte do nosso quotidiano. Refiro-me ao turismo criminoso. Pela negativa, é uma evolução no mundo do turismo e do crime. Sinais dos tempos.
Se dermos alguma atenção ao flagelo das novas cidades o crime, facilmente nos apercebemos que uma percentagem significativa deles, são praticados por cidadãos estrangeiros que não moram em Portugal. Vivem noutros países e vêm ao nosso País exclusivamente para roubar. Alugam espaços só o tempo suficiente para praticarem os seus crimes. Da mesma forma que as famílias se organizam para fazerem férias, programando tudo ao detalhe: transporte, alojamento, alimentação, itinerários, etc., também estes criminosos internacionais se mostram bastante organizados.
Há cerca de dois anos, estes grupos foram bastantes referidos na imprensa da região centro, dado que houve um gangue originário da Córsega, que deu muito trabalho à Polícia Judiciária de Coimbra, mas que acabou atrás das grades. Como verdadeiros profissionais, também tinham a sua formação profissional, a qual era adquirida e actualizada nas cadeias, onde se conheceram. Como os criminosos de agora, também aqueles só vinham a Portugal para cometer assaltos.
No mundo global em que vivemos, com tudo de bom e mau que isso tem, a internacionalização do crime também é uma evidência. O que acontece num país, provavelmente será imitado num outro, utilizando os mesmos métodos e as mesmas técnicas. Com as fronteiras abertas, também Portugal sofre deste flagelo. Por isso, a possibilidade da Polícia Judiciária não ter os meios indispensáveis à sua função, não pode deixar a população tranquila. O que se passou recentemente nessa polícia, que originou a saída (demitiu-se ou foi demitido?) de Santos Cabral como director nacional da PJ, não pode deixar o País descansado. Diga-se o que se disser, para o exterior o trabalho de Santos Cabral e da sua equipa foi exemplar.
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