Os hospitais psiquiátricos de Sobral Cid (Coimbra) e do Lorvão (Penacova) e o Centro Psiquiátrico de Recuperação de Arnes (Soure) são hoje extintos dando origem, em conjunto, ao Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra
A fusão resulta de uma portaria ontem publicada em Diário da República no âmbito do plano elaborado em Maio pela Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental. Fernando Almeida, que desde Janeiro preside aos conselhos de administração dos três hospitais (já liderava o Sobral Cid desde Setembro de 2006), mostra-se agradado com a concretização da fusão uma vez que, diz, trata-se de «um instrumento fundamental para implementar medidas de racionalização de custos, com ganhos de eficácia, com a centralização de alguns serviços, evitando as duplicações e dificuldades de gestão que existiam agora».
Na prática, explica ao DC, «vai mudar muita coisa»: «Vai acabar com imensa burocracia. Até agora eram feitos, como fizemos, três orçamentos, três relatórios de gestão, três planos de desempenho e tinha de haver três reuniões distintas de conselho de administração». A fusão, refere a título de meros exemplos, permite ainda fazer aquisições e concursos em conjunto, bem como centralizar serviços de apoio à gestão. A par destas «vantagens evidentes», refere, «para os utentes não haverá a mínima perda dos cuidados prestados», apesar de algumas alterações em curso. É o caso do serviço de agudos que existe em dois dos hospitais e agora funcionará apenas num, bem como a consulta externa e o ambulatório. Serviços que ficarão centralizados em Coimbra, no agora extinto Hospital de Sobral Cid. Aliás, Fernando Almeida refere que no caso dos agudos e da consulta externa será possível antecipar algumas metas deste plano de reestruturação que tinha sido proposto pelo Conselho de Administração a que preside.
Questionado sobre o eventual fecho de alguma das duas unidades (Lorvão ou Arnes), aquele clínico não adiantou nenhum dado concreto mas recordou que o plano de reestruturação contemplava a possibilidade de criar um centro hospitalar com várias unidades.
Até à nomeação dos membros do conselho de administração do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra mantêm-se em gestão corrente os membros dos conselhos de administração das três unidades agora extintas.
Esta reestruturação, a nível nacional, segundo a Lusa, prevê uma progressiva descentralização dos serviços de saúde mental, que deverão estar cada vez mais acessíveis nos hospitais gerais, e a criação de uma rede de cuidados continuados de saúde mental. Segundo o plano, nos hospitais psiquiátricos que se manterão abertos deverão concentrar-se sobretudo doentes inimputáveis - que cometeram crimes mas não podem ser julgados devido à sua doença mental - e doentes que exigem condições especiais de segurança.
Fonte: Diário de Coimbra - 13-12-2007
PS: O "CENTRO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICO DE COIMBRA", foi criado pela Portaria nº 1580/2007 de 12 de Dezembro.