Embora não sendo um adepto fervoroso de algumas das tradições natalícias, confesso que este ano abri uma excepção e ouvi (devo ter sido dos poucos), com a atenção possível, a mensagem de Natal do nosso Primeiro-Ministro (PM).
Apesar da atenção que dispensei ao discurso, não percebi a que país se referia José Sócrates. Segundo as suas palavras, a economia está a recuperar. Os resultados começam a surgir!? Como eu adorava que este discurso fosse sobre Portugal. Mas não. Seguramente que o nosso PM se referia a um outro qualquer país, desconhecido por mim e por muitos portugueses.
Aqui, no nosso Portugal, a situação é bem pior. A destruição da nossa sociedade solidária está à vista de todos. Só não vê quem não quer ver. A Segurança Social é vista hoje com insegurança; a Saúde provoca intranquilidade a quem dela precisa e a quem nela trabalha; na Educação só se houve falar em encerramento de escolas e a agressões a professores; na Justiça os portugueses sentem mais a injustiça de processos que demoram anos e que por vezes culminam em más decisões, que ninguém aceita, pelo que a moda agora são os recursos; e já nem vale a pena falar de outros sectores como a Agricultura, Pescas e muitas outras áreas. No entanto, ainda refiro o caso das polícias, em que o que vem a público pelos seus titulares, são a falta de meios, a revolta, o desânimo, as depressões e os suicídios, enfim, é a insegurança dos próprios polícias, que passa também para os cidadãos.
A competência dum Estado vê-se na forma como está organizado. Em Portugal, o Governo faz um guerra sem quartel à Função Pública, impõe medidas sem qualquer justificação ou negociação, retira direitos adquiridos dizendo aos restantes trabalhadores (da privada) que são privilégios e chega a congelar salários, carreiras e, pasme-se, chega a obrigar trabalhadores do Estado, a trabalharem mais 15 anos do que aquilo que tinha acordado com esses trabalhadores, os seus funcionários do Estado.
Esta análise pode ser confirmada na imprensa, todos os dias. O meu País é aquele onde vivem os portugueses que sofrem e aquele onde há outros que se reformam com oito anos de trabalho e também aquele onde há uma pequena faixa onde alguns enriquecem duma forma fulminante. É neste país de injustiças que José Sócrates devia pôr os olhos, onde se obriga os mais velhos a trabalharem até à morte e oferece o desemprego aos mais jovens com intermináveis cursos de formação que só servem aos formadores.
O futuro dos países está nas mãos dos jovens. É assim em todos os países desenvolvidos. Em Portugal, o nosso Primeiro-Ministro tem grandes discursos de preocupação sobre os jovens licenciados que não arranjam emprego. E, já gora, convém também recordar que há muitos jovens desempregados que não são licenciados, nem nunca entraram em nenhuma universidade. São jovens portugueses, na sua maioria filhos de outros portugueses que nunca puderam dar aos seus filhos condições para estudar. Estes jovens, também precisam da atenção deste e de todos os governos.
Tal como José Sócrates fez em relação aos pareceres que enviou para o Tribunal Constitucional, também eu lhe deixo o meu parecer, para o ajudar a tomar uma melhor solução: dê os empregos existentes aos jovens e deixe os mais velhos e aqueles que já descontarem os anos acordados com o Estado a reformarem-se, de acordo com os contratos que fizeram com o próprio Estado e com as empresas onde trabalham. Há que honrar a palavra dada, como se fazia antigamente. Obrigar alguém, injustificadamente, a trabalhar para além do acordado, só provoca desmotivação e revolta.
Faço votos que o ano de 2007 seja um ano de decisões que pensem mais nas pessoas e menos na economia. O primado dum Estado, é lutar pelo bem-estar do seu povo. Não é possível falar em nome do povo, tomando medidas que maltratam esse mesmo povo.
In CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS - 11-01-2007 - www.campeaoprovincias.com
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