Faz agora três anos que o mundo assistiu à invasão do Iraque pelas chamadas forças da Coligação. Em rigor, este grupo libertador das forças do mal, era constituído por americanos, ingleses e outros. Neste últimos, Durão Barroso teve a infeliz ideia de emprestar o nosso País para o anúncio da guerra, assente em provas irrefutáveis que Saddam Husseien tinha armas de destruição massiva e apoiava o terrorismo internacional. Afinal, as ditas provas não tiveram qualquer fundamento, dado que até hoje nada se provou.
É verdade que já passaram três anos, mas decerto que muitos se lembram que o nosso País ficou dividido quanto à nossa participação nesse triste evento. Para uns, era uma guerra que iria fazer o mundo menos perigoso; para outros, não havia provas suficientemente credíveis, pelo que aquilo que se estava a discutir era uma invasão. O tempo veio descredibilizar os primeiros e, infelizmente, dar razão aos segundos.
Embora esteja agora afastado das lides políticas, há uns anos atrás estava bastante activo no ex-PRD. Nesse partido, além de Presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra, era também Conselheiro Nacional. Nessa qualidade de dirigente nacional, fiz uma visita oficial ao Iraque, precisamente a convite de Saddam Hussein, por quem fui recebido. Essa visita despertou-me para a realidade iraquiana, até aí quase ignorada pela nossa imprensa. Hoje, o Iraque continua a ser visto por alguns como o braço armado do demónio, apesar de até agora nada se ter provado no seu apoio ao terrorismo. Mas, na altura da minha visita, o presidente do Iraque era um amigo da América, pelo que era visto como amigo do mundo. Apesar de todo o controle que havia na altura, era possível o contacto entre políticos estrangeiros e a oposição iraquiana. Foi isso que aconteceu no hotel onde fiquei em Bagdad. Não há dúvidas agora como não havia na altura, que Saddam Hussein era um ditador. A questão que ainda hoje se põe, é só se esse factor é suficiente para invadir um país? Se os Estados Unidos forem invadir todos os países liderados por ditadores que não respeitam os direitos humanos e o direito internacional, então o mundo irá concerteza ficar bem mais perigoso. Nem sempre através da guerra se consegue a paz.
Três anos depois, o que ficou para a história é que o Iraque está mais perigoso para o mundo, por culpa dos maus decisores políticos que temos. Até ao momento em que escrevo este artigo, já morreram mais de 30 mil iraquianos e 2312 soldados norte-americanos. Quando ele for publicado, já estes números estarão desactualizados. Quantos mais terão que morrer, para a sociedade americana acordar para este facto? Nos prós e contras, a invasão tornou o Iraque e o mundo bem mais perigosos.
in "AURINEGRA" - 23-03-2006 - www.aurinegra.com
Razões de ordem profissional, levam-me a estar particularmente atento a tudo o que se passa na área da Saúde. Vem isto a propósito, sobre uma investigação publicada no British Medical Journal e que contou também com a portuguesa Bárbara Gomes, investigadora do Kings College London. Nesse estudo, são identificados os factores que favorecem a morte de doentes em estado terminal, nas suas casas.
Esta análise é particularmente importante, dado o cada vez maior envelhecimento da população portuguesa, o que nos vai obrigar a estar atentos ao consequente aumento de doenças crónicas, causadoras dum irreparável estado de saúde. É durante esta agonia da vida, que os doentes desejam passar os últimos momentos da sua vida na sua casa, perto da sua família. Porém, uma coisa é o desejo; e outra bem diferente é a realidade. Segundo o estudo, em Portugal, num período de apenas quatro anos, a quantidade de doentes que morreu em hospitais, subiu de 64% para 67%.
A organização familiar da nossa sociedade, tem mudado muito nos últimos anos. Cada vez menos os membros duma família resolvem viver em conjunto, partilhando a mesma casa. Perante esta realidade, os doentes em estado terminal, têm mais probabilidades de virem a morrer em hospitais do que nas suas próprias casas, junto dos seus familiares. Apesar do estudo apontar as minorias étnicas e as pessoas de estrato sócio-económico baixo, como aqueles que mais morrem nos hospitais, muitos outros com recursos financeiros morrem em casa, mas acompanhados por profissionais e não pela própria família.
Com o aumento do envelhecimento da nossa população, seria importante que os responsáveis apostassem mais nos cuidados continuados domiciliários, de modo a que aqueles que já nada podem esperar dos hospitais, possam morrer duma forma digna e acarinhada, junto dos seus e no espaço que lhe é familiar a sua casa. Estudos portugueses apontam para que 98% destes doentes, preferem morrer em casa, mas são poucos os que conseguem essa caridade. Pensar a morte, também é uma qualidade de vida.
in "AURINEGRA" - 09-03-2006 - www.aurinegra.com
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