Sexta-feira, 23 de Setembro de 2005

Fidel enfrenta furacão Dennis

Fideleofuracaodennis.jpg

O que andava para fazer há muitos anos, aconteceu nestas férias visitar Cuba, ainda sob a orientação do El Comandante”Fidel Castro.

Sempre achei que esta viagem iria ser emocionante, só não sabia é que iria ser tanto. Tinha uma motivação extra. Pela primeira vez, a minha única filha iria fazer comigo o seu baptismo de voo, numa viagem bastante longa.

Chegado a Havana, deparei com uma cidade quente, abafada, quase sufocante. Como era de noite e a luz é diminuta, não é agradável e motivador fazer uma visita nocturna. Após tantas horas de viagem, o que apetecia era mesmo descansar.

O amanhecer foi completamente diferente. Íamos conhecer as várias”Havanas, de que a colonial era a que criava mais expectativas. Para se conhecer uma cidade, tem que se visitá-la a pé. Foi o que fizemos. Depois de trocarmos os euros por pesos convertidos (não temos acesso aos pesos locais), lá fomos. Foi um passeio cansativo, suado, mas interessante. Tudo é esmagadoramente impressionante. Mas o que mais me chamou à atenção foram os automóveis. É quase inacreditável como os cubanos conseguem por os seus carros a andar. É uma autêntica viagem no tempo. Apesar das evidentes carências daquele povo, nunca me senti tão seguro em nenhum outro país. A segurança é total.

Depois duma exaustiva e detalhada visita a Havana, iria finalmente passar uns dias de descanso total nas paradisíacas praias de Varadero. Como o regime era de “tudo incluído, não havia nada que me preocupasse. O que eu não sabia é que havia no programa um “brinde”, a que se deu o nome de Furacão Dennis. Sei que as minhas viagens costumam ser emocionantes, mas também não era preciso tanto. Mas enfim, estava com a minha filha para passar umas boas férias e não era um furacão que as ia estragar.

Durante quase três dias, estive fechado num hotel onde tudo faltou: água, luz, comida, etc. Apesar de tudo, não houve qualquer medo da minha parte, ou das pessoas que me acompanhavam. As famílias que acompanhavam as notícias em Portugal, estavam mais preocupadas que nós próprios, que passámos o tempo a jogar à “carocha” (dados) e a acompanhar as notícias na única televisão ligada que havia no átrio do hotel.

Nesse retiro forçado, pude assistir ao verdadeiro carisma de Fidel Castro. Durante esses três dias, esteve quase sempre em directo num estúdio de televisão, transformado num autêntico gabinete de crise. Todos, nacionais e estrangeiros, podíamos ver o que fazia o “Comandante” (como é tratado por todos os cubanos) para ajudar o seu povo. A situação não era fácil, dado que o furacão tinha uma força de 230 km/hora, chegando a ter rajadas superiores a 300 kms/hora. Apesar da destruição, era impressionante ver os mais afectados a dar vivas ao “El Comandante” Fidel Castro.

Esta viagem foi um autêntico regresso ao passado, onde nem os telemóveis da 3ª Geração (3G) ainda funcionam.

 

in "O DESPERTAR"  -  23-09-2005

in "AURINEGRA"  -  27-09-2005

 

 

publicado por José Soares às 14:25
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Quinta-feira, 22 de Setembro de 2005

Autárquicas em Coimbra

Não há dúvidas para ninguém, que as próximas eleições marcadas para 9 de Outubro são para as autarquias locais. Estamos todos seguros e informados, que vamos eleger executivos e assembleias municipais e também assembleias de freguesia. Tudo certo. Mas será que é isso mesmo que as pessoas vão escolher na altura de fazerem as suas opções através do voto?

De um modo geral, todos falam no aprofundamento da democracia. Mas, quanto mais se fala, menos se pratica. Progressivamente, as pessoas têm cada vez menos espaços para manifestarem as suas opiniões. Nalguns casos, até parece um crime defender legítimos direitos adquiridos com muito trabalho e imensos sacrifícios.

Por tudo isto, a vida dos candidatos da oposição ao Governo está mais facilitada. Muitos eleitores irão aproveitar para mostrar o seu descontentamento, votando, não naquilo que efectivamente está em jogo, mas contra o próprio Governo. Não é um bom sinal de uma democracia madura, mas é assim que as coisas ainda se passam. Também é sabido, que é sempre mais fácil uma reeleição, do que a eleição de alguém pela primeira vez.

Transportando essa situação para Coimbra, seríamos levados a pensar que Carlos Encarnação teria a vitória assegurada e que a Victor Baptista estava reservada a derrota. No início da apresentação das candidaturas, até parecia que era isso que ia acontecer. Mas, com o decorrer da pré-campanha, tal parece não ser assim tão seguro. Tudo leva a crer, que a campanha se inicie pautada pelo equilíbrio, onde tudo está em aberto.

O actual presidente, confiante na vitória, está a passar uma mensagem de excesso de confiança, o que é sempre mau em democracia. Desvalorizar os adversários, foi sempre uma má estratégia. Também não mostra um grande entusiasmo e os apelativos cartazes conhecidos, não revelam ideias concretas. São demasiado vagos. A sua pouca motivação ficou bem demonstrada no debate transmitido pela RTP1. Ao contrário da pouca motivação de Carlos Encarnação, opõe-se o grande entusiasmo de Victor Baptista. Se inicialmente entrou a perder, à medida que a campanha de aproxima, cada vez mais vai adquirindo apoios, o que o tem galvanizado num crescente acreditar na vitória. É um conhecedor da Câmara Municipal de Coimbra nas várias vertentes, dado que nela desempenhou vários graus de responsabilidade, o que é seguramente uma mais-valia.

A vida para Gouveia Monteiro também não parece fácil. Fazendo parte do actual executivo, parece mostrar alguma dificuldade em mostrar as suas próprias propostas, dado não se poder demarcar do executivo do qual ainda faz parte. No já referido debate televisivo, foi notória a dificuldade em se colocar: se na situação, se na oposição.

Se atendermos àquilo a que a imprensa se tem referido, parece que as únicas coisas que estão em discussão são as propostas apresentadas pela candidatura do PS. Além das arrojadas mas necessárias propostas de Victor Baptista, que outras estão em discussão? Além destas, saberá o cidadão comum (aquele que muda o seu voto de acordo com as suas necessidades) enunciar mais alguma?

Como desta vez a campanha eleitoral está reduzida a 12 dias, as máquinas partidárias têm de ser céleres a apresentar as suas ideias. Victor Baptista jogou na antecipação concreta das suas propostas e ganhou; Carlos Encarnação tem a vantagem de ser o actual Presidente da Câmara e pertence ao partido da oposição ao Governo; Gouveia Monteiro não está numa posição fácil, mas tem experiência para tornear a situação. Se não se demarcar, poderá por em risco a sua reeleição, quando nas últimas a CDU esteve à beira de eleger dois vereadores. Também é bom que os partidos não se esqueçam, que também o Bloco de Esquerda está na corrida e que poderá ir buscar votos a todos os partidos.

No próximo dia 9 de Outubro, acima de tudo está a eleição do próximo Presidente da Câmara Municipal de Coimbra. Objectivamente e pelos partidos que os apoiam, só há duas alternativas: Carlos Encarnação ou Victor Baptista. Pela falta de entusiasmo do primeiro, julgo que Coimbra ficaria melhor servida com a determinação do segundo. Neste momento, não é fácil antecipar um vencedor, pelo que as máquinas partidárias vão ser chamadas a darem o seu melhor nesta recta final.

Acima de tudo, espero que Coimbra saiba escolher as melhores propostas e que os candidatos saibam dar um verdadeiro exemplo de democracia.

 

In "CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS" - 22-09-2005

www.campeaoprovincias.com  

 

publicado por José Soares às 13:39
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Sexta-feira, 16 de Setembro de 2005

Época Balnear

Epocabalnear.jpg

A época balnear só termina no final do mês. Apesar disso e dado que as previsões meteorológicas parecem que já não convidam muito para as idas até à praia.

 Segundo dados oficiais fornecidos pela Marinha Portuguesa, entidade da qual depende o Instituto de Socorros a Náufragos, este ano balnear as praias portuguesas já receberam cerca de 55 milhões de visitas. Durante este mesmo período, já morreram 20 pessoas, 16 das quais em praias não vigiadas. As causas são as mais variadas. Acima de todas elas, seguramente, está o desrespeito pelas normas instituídas. Apesar de todas as campanhas que decorem antes e durante a época balnear, as pessoas, sobretudo as mais jovens, parecem obrigadas a desafiarem o perigo.

Perante estes dados, o cidadão comum é levado a pensar que o problema está na falta de meios. Perante essa hipótese, Gouveia e Melo, relações públicas da Marinha Portuguesa, foi bastante preciso em declarações ao DN e que passo a citar: A maioria das pessoas morre à beira-mar, junto À rebentação, aflitas com a corrente e em pânico. Isso dá-se em dois ou três minutos. Por isso o salvamento é feito da terra para o mar. Os barcos de socorro não se adaptam a estas situações”.

Depois dos acidentes, todos lamentamos. Mas, verdade seja dita, quando estamos na praia e apanhamos um dia com a bandeira vermelha (“Proibido entrar na água”), parece até que tiramos algum divertimento visual quando alguns “heróis da praia” resolvem desafiar as normas e a sorte e utilizam um comportamento negligente. Também existem outros tipos de causas que provocam as mortes na praia: doenças súbitas, paragens cardíacas, congestões, desidratações, hipoglicemias, choques térmicos, etc. Apesar de tudo, o número de mortes tem vindo a baixar, o que é sempre uma boa notícia: em 2003 morreram 30 pessoas (12 em praias vigiadas) e em 2004, morreram 25 pessoas (7 em praias vigiadas). Olhando só para a frieza dos números, parece que estamos no bom caminho.

 

in "AURINEGRA" - 13-09-2005

in "O DESPERTAR" - 16-09-2005 

 

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publicado por José Soares às 13:48
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Domingo, 4 de Setembro de 2005

Perigo à espreita

Perigoaespreita.JPG

Quem normalmente utiliza a estrada que vai das Lages até ao Hospital Sobral Cid, decerto que já se interrogou muitas vezes com a seguinte questão: Quando é que aquela casa cai?

Se a sua resistência já levantava muitas dúvidas, agora, depois do grande incêndio que houve à sua volta, o perigo de derrocada é cada vez maior. Espero que o desinteresse de quem tem autoridade na matéria, não venha a provocar o lamento de alguma desgraça.

 

in "DIÁRIO DE COIMBRA" - 04-09-2005

www.diariocoimbra.pt

 

publicado por José Soares às 18:30
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Quinta-feira, 1 de Setembro de 2005

Atentados em Beslan - Rússia

AtentadosemBeslan.jpg

Faz hoje um ano, que o mundo assistiu horrorizado ao atentado terrorista que decorreu em Beslan, na Ossétia do Norte, na Rússia. Deste ataque à escola, resultou a morte de 331 pessoas, das quais 186 eram crianças. Foram feitos mais de mil reféns. O objectivo do comando era a retirada das tropas russas da Chechênia e o reconhecimento da independência desta república do Cáucaso.

Nesse dia, estava eu em Moscovo e preparava-me para regressar a Portugal, o que receei que pudesse não acontecer. Foi horrível o que assistimos na televisão. A tensão era muita na população russa. Já dias antes, na capital da Rússia, uma jovem fez-se explodir numa estação do Metro.

publicado por José Soares às 22:18
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